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Páscoa

A Cruz do meio
                                  Myrtes Mathias

Ergue-se a cortina do tempo.
Um bebê entre palhas, sorri,
Uma virgem chora,
um ancião contempla...
Depois...
Uma mãe ansiosa que procura o filho,
Um adolescente que responde:
"preciso cuidar dos negócios do meu Pai".
Desenrola-se a cena:
Um homem no jordão,
no deserto,
na Galileia,
Samaria;
Paralíticos andam.
cegos veem,
mortos ressuscitam,
infelizes encontram consolo!
A cortina abre-se por completo:
Três cruzes!
Três símbolos de humilhação,
culpa e dor.
Quem está à direita?
Um criminoso arrependido;
à esquerda?
Um revoltoso, um réu recalcitrante.
E no meio?
Alguém que não se queixa,
que sofre em lugar dos outros,
que tem nos olhos tristes, a luz do perdão,
e na cabeça pendida, um gesto de benção.
Por quem corre aquele sangue?
Pára!
Olha!
Medita!
A cortina rasgou-se de alto a baixo:
um bebê entre palhas,
um adolescente entre doutores,
um homem no Jordão,
no deserto,
na Galiléia,
em Samaria...
Depois...
Caminha mais um pouco.
O que vês?
Três cruzes!
Na do meio um homem que morre por ti.
Contraste!
O homem que morre é o Deus que te ofereceu a vida.
Pensa!
Medita!
Aceita!
Aceita o bebezinho entre palhas,
o adolescente entre doutores,
o homem que faz  milagres.
Esta cruz do meio!
Pesada e negra cruz da infância,
do sofrimento,
da humilhação de um Deus.
De um Deus que ama,
perdoa e diz:
"Hoje estarás comigo no Paraíso".



Nada era dele

Disse um poeta um dia
Fazendo referência ao Mestre amado.
O berço que ele usou na estrebaria
por acaso era dele? - Era emprestado.
E o manso jumentinho


Que em Jerusalém chegou montado
E palmas recebeu pelo caminho
Por acaso era dele? - Era emprestado.


E o pão, o suave pão
Que por seu amor foi multiplicado
Alimentando toda uma multidão
Por acaso era dele? - Era emprestado.


Eos peixes que comeu junto ao Lago
e ficou alimentado.
Esse prato era seu? - Era emprestado.


E o famoso barquinho
Aquele barco em que ficou sentado
mostrando à multidão qual o caminho
por acaso era dele? - Era emprestado.


E o quarto em que ceou ao lado
dos discípulos, ao lado de Judas que o traiu,
de Pedro que o negou
por acaso era dele? - Era emprestado.


Enfim, nada era dele!
mas a coroa que ele usou na cruz
e a cruz que carregou, e onde morreu
Essa era de fato de Jesus.


Isso disse um poeta, certo dia
numa hora de busca da verdade.
mas não aceito essa filosofia
que contraria a própria realidade.


O berço, o jumentinho e o suave pão,
Os peixes, o barquinho, o quarto e a sepultura
eram dele a partir da Criação.
Ele os criou - diz a Escritura.


Mas a cruz que ele usou
a rude cruz, a cruz negra e mesquinha
onde meus pecados todos expiou
Não era sua. Essa cruz era minha!


Obs: Não conheço o autor, mas achei muito bonita a poesia.